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Lugar Nenhum


Li neste domingo e vale a pena. Vai a dica....

Baseada no romance e na série de TV homônimos de Neil Gaiman. Richard Mayhew leva uma vida terrivelmente ordinária em Londres. O que ele não sabe é que existe toda uma civilização mágica e bizarra logo abaixo dos seus pés, nos subterrâneos da cidade. Ao salvar a garota Porta de seus perseguidores, Richard acaba envolvido com esse mundo - e sua vida vai mudar para sempre. Roteiro de Mike Carey e arte de Glenn Fabry.
Tradução paninesca de Jotapê Martins/FD

Créditos ao HQVertigem
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Por que ser?


Intrigante espaço de tempo que corrói as inesperadas esperanças de nada mais haver que fazer. Torturado pelo caos conflitante de tudo querer ser e inerte pela falta de ação, ele derramou no instante anterior ao fim suas preces enfadonhas e rotineiras e não convincentes. Mas antes disso, lançou ao acaso incontáveis promessas não realizadas, proferidas nos momentos em que a angústia ou o tédio necessitavam ser ludibriados. Não muito distante daquele momento, rolaram três ou duas - ou talvez nenhuma - lágrimas de conformismo confrontando os planos imediatos que não seriam, mais uma vez, concretizados. Pulou no abismo do quarto, se entregando aos pensamentos casuais, afrontando os sonhos inúteis e fragmentando para o resto da noite a concepção de fim que não é começo nem meio e muito menos derradeiro.

"Saia do meu jardim!"

O que me surpreendeu em Gran Torino foi a incoerência entre o ser e o estar do personagem principal, Walt Kowalski, tão diferente e tão melhor em relação aos demais de Clint Eastwood. Velho rabugento, veterano de guerra e funcionário aposentado de uma indústria automotiva, Walt é o retrato da decadência e espera o resto de sua vida passar entre consertos domésticos, rabugice, sessões de polimento no seu Gran Torino 1972 verde azeitona e desentendimentos com seus vizinhos descendentes Hmong, etnia do sudeste asiático.


Com a recente morte da mulher, Kowalski se vê envolto em sombras do passado, num período de conturbações internas onde um padre o persegue para lhe cobrar o último desejo de sua mulher – que ele se confessasse – mas, além disso, lhe questionar sobre morte e vida, onde o personagem descobre que sabe muito sobre a morte mas quase nada sobre a vida.


Walt apenas busca permanecer em paz, livre de vizinhos pisando em seu gramado ou tentando roubar seu carro. E, tentando defender seu território, uma inesperada relação surge com Thao e sua família, que vem mostrar a Kowalski verdades em comum sobre ele mesmo e sobre seus vizinhos.


Agora o que eu mais gostei: Clint Eastwood, sutilmente desenvolve um anti-herói obrigado a transformar-se, quebrando a proteção de durão e insensível de Walt Kowalski. Ele se vê num papel indesejado de herói quando seu único desejo é defender seu jardim.


Uma crítica ácida sobre o estilo de vida americano, a decadência gerada pela guerra, xenofobia e a busca por heróis perfeitos, dirigido com delicado sarcasmo. Vale a pena!


Trailer


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